O "Rabo da Porca" ficará nesse limiar absurdo que só as figurinhas de bastidores e o mais desanimado leitor podem perceber: o ensaísmo pragmático à imbecilidade. São sonetos políticos que refletem a vida num chiqueiro da Fazenda do Manguaço. O que passará, aos nossos olhos lassos e subrepticios, é a bandalheira de uma ação social que acontece entre porcos, mas que poderia ser refletida por nós, neste plano supra-racional. AH! TUDO AQUI É DO TEMPO DE ANTES DESSA IDIOTA REFORMA ORTOGRÁFICA
sexta-feira, 17 de abril de 2009
"Rabiscos pra COLLORIr"
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(Sobre matéria "Fênix das Allagoas" - Rolling Stone, edição nº 31, abril de 2009)
"Rabiscos pra CoLLorir"
O porco sai da linha pois é Rei
Na lama que já tinha, ontem, sujado.
"- Confesso que essa verba é do Estado,
Mas tava dando sopa, então, garfei!"-
Impeachement ao Governo da Arábia!!
Marani e Seu Leitão também vão juntos
Deixar o trono, enquanto os adjuntos
Preparam-lhe o terreno da arte Sábia:
A Política - e que altar doutra ciência
Suplanta o mais davasso dos ladrões
Culpando o eleitor pela indecência?
- Depois de quinze anos, tudo passa!
E, assim, na cara dura, às comissões
Da verba que roubou, de novo abraça!
(17 de Abril de 2009)
(F.N.A)
quarta-feira, 15 de abril de 2009
“Síndrome do Olho Gordo”
!!VIVA O COLÍRIO DIET!!
“Síndrome do Olho Gordo”
Bezerro mamador de teta tributária
Tem fome de boi grande e Cururu Tei-Tei,
Na forma com que agarra a glândula mamária
Do cofre que a viúva escondeu da lei.
Mas nem pense em mamar outro porquinho pária,
Pois beiço de mimado faz bico de marreco:
Pra dar uma chupada tem que ter xaveco
Ou cargo de traidor em Lama Secundária.
Mirar uma cadeira é almejar o cofre,
Enfim, se um gago espanta o correligionário
É porque sabe ele que o malandro sofre.
E assim a chorar mínguas feito um bebê,
O porco esfomeado com seu olho gordo
Quer até mesmo a teta que não pode ver.
(15 de Abril de 2009)
F.N.A
terça-feira, 14 de abril de 2009
"Leitão à Pururuca"
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!!VIVA O CEDOC!!
"Leitão à Pururuca"
O pobre do Leitão, que de besta nada tem -
Sem trabalhar na roça, ele encontrou guarida:
Um véi da Papa Inchada que lhe dá comida
E carros pros filhotes, caso o bajule bem.
Fazenda desregrada é o lar desse porquinho –
Chiqueiro democrático (Quem manda é uma Leitoa!).
Enfim, puxando saco o Seu Leitão entoa
Que anda canto a canto amando o bezerrinho.
Mas, Ó Porca Miséria, o couro lhe esquenta
Conforme a memória do jornal incendeia
Seu lombo grosso, o couro, a pata... até a venta.
É o mal de quem se ilude a canto encomendado!
Por isso, quem comprar um porco dessa ameia
Melhor verificar se o bicho é bem capado.
(14 de Abril de 2009)
F.N.A
terça-feira, 7 de abril de 2009
“O Pedaço do Bolo”
FELIZ DIA DO JORNALISTAS - II
“O Pedaço do Bolo”
No dia em que inventaram o dinheiro,
No outro, foi inventado o jornalista –
Daqueles que empregam normalista
E exploram mil governos cabideiros.
Mas, ora, protestar contra o calote
É auto-benefício e não ao terceiro,
Pois planta-se a notícia no cangote,
Conforme lhes tilinta o cofre inteiro.
Pagar ou não pagar? Eis a questão.
Mendigo sem imprensa – é nicodemo;
Mas quem cobra patacas é Barão.
Enquanto a perguntar-me, ó que desgraça!,
Terei a quem cobrar, eu que não tenho
Jornal, agência ou gráfica na praça?
(07 de Abril de 2009)
Fredson N. Aguiar
"Sacerdócio em Traquinagem"
“Anais Concursandis”
“Anais Concursandis”
Concurso diz – Pequim é na Namíbia;
Yankees comem o cú de vietcongues;
Kadafi não comanda mais a Líbia;
Os Beatles são piores que os monkees.
Se eu rio, de gabarito em gabarito
Que o estado paraguaio do cerrado
Cancela, é só porque sou esquisito
Sujeito que burrice não vê calado.
Dizer o quê, se o próprio comandante
É um culto do mobral, um ser da horda
Que livros mal os tira da estante?
A História? Isso é detalhe pitagórico,
Porque num ponto, todo burro concorda
Esse concurso é, genuinamente, histórico!!
(07 de Abril de 2009)
F.N.A
segunda-feira, 6 de abril de 2009
"Jus Protelandus"
É lei de Talião, mas só vale se o culpado
Não for o Talião quem der a agrava -
Política da Surra? Só na escrava,
Beicinho de Tchutchuco? Em magistrado.
Cachaça que escorre em cú de pobre
É mostra de cadeia em dose alta;
Mas rico, quando bebe, é escol sem lata -
Bafeia quando quer soltando o cobre.
Daí se mata três... "foi acidente!"
"O pobre motorista é Douto e, isso,
É mais do que atestado de inocente!"
E, assim, matando mil e legislando,
Compreendo o novo ramo do escapismo:
As leis do Jus Manobrus Protelandus.
(06 de Abril de 2009)