O "Rabo da Porca" ficará nesse limiar absurdo que só as figurinhas de bastidores e o mais desanimado leitor podem perceber: o ensaísmo pragmático à imbecilidade. São sonetos políticos que refletem a vida num chiqueiro da Fazenda do Manguaço. O que passará, aos nossos olhos lassos e subrepticios, é a bandalheira de uma ação social que acontece entre porcos, mas que poderia ser refletida por nós, neste plano supra-racional. AH! TUDO AQUI É DO TEMPO DE ANTES DESSA IDIOTA REFORMA ORTOGRÁFICA
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
"O Sabor da Carne"
Intoxicado do gene selvagem, o sangue ao prato engordura os sulcos de dentes domesticados: moedor de carne é este mundo...
“O Sabor da Carne”
Cutelo em que a discórdia as vísceras maltrata
No mercado da autópsia a fome do sistema,
O açougueiro a frieza de sua ação extrema
Deixa um rastro de Deus no ofício que mata.
Dia a dia a distender nos músculos precisos
O fio de desapego ao gume de sua faca,
Ele, o duro papel que sua emoção descarta,
Cede à gula ancestral de outros seres vivos.
E quanto mais abata e mais separe os flancos,
A imensidão dos glóbulos inunda o mangue
Da condição humana em seu avental tão branco
Mundo intenso a beber aos bicos destes odres,
Não lhe basta nutrir o manancial de sangue...
Essa fome o que é entre teus dentes podres?
(F.N.A)
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