terça-feira, 24 de julho de 2012

"Álvares"







...Resumidamente...






"Álvares"


Tu, que inauguraste o cemitério,
Cujos despojos reencontrados por teu cão,
Sangraram as lanças das marés da arribação,
Quando exumaram tua ossada de cimério.

A ti, que a noite na taverna se embebeu
Do vinho amargo que serviam aos mendigos,
Tua antiga alma escarrou pelos jazigos
Quem um só copo de alcatrão te ofereceu.

Nas fibras do pulmão em tua cuspida,
Entendo que em tuas horas de agonia
Ansiaste mais da morte em tua ferida.

Enquanto, ao lado, teu espírito em jejum
As sobras celestiais da luz do dia
Cuspia com desdém um Deus-Nenhum.


(F.N.A)

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