O "Rabo da Porca" ficará nesse limiar absurdo que só as figurinhas de bastidores e o mais desanimado leitor podem perceber: o ensaísmo pragmático à imbecilidade. São sonetos políticos que refletem a vida num chiqueiro da Fazenda do Manguaço. O que passará, aos nossos olhos lassos e subrepticios, é a bandalheira de uma ação social que acontece entre porcos, mas que poderia ser refletida por nós, neste plano supra-racional. AH! TUDO AQUI É DO TEMPO DE ANTES DESSA IDIOTA REFORMA ORTOGRÁFICA
segunda-feira, 9 de julho de 2012
“Futuro Cinza”
Tenho sonhos cruéis; n'alma doente
Sinto um vago receio prematuro.
Vou a medo na aresta do futuro,
Embebido em saudades do presente...
(Camilo Pessanha)
“Futuro Cinza”
Uma nuvem que paira, mais que eu permaneça
Em seu longo aspecto de monção traiçoeira,
Observando-lhe as sombras que sobre a Terra inteira
Ela alcança, pressinto: talvez não esmoreça,
Se morrer todo arrasto em quanta tempestade,
Que nas nuvens revoltas alastram plantações,
Vales, casas, celeiros, vidas, rios, cidades,
Essa, em igual vendaval, arrasa corações.
Sinto a brisa correr pelas ruas agora;
E, depois e mais tarde, enquanto avança ao alto,
O corcel nos tufões desmembrará em sua hora
A suspeita e a descrença sobre nossa cabeça.
Mas insiste a avançar ao nosso Amor, de assalto,
Essa nuvem que paira, mais que eu permaneça.
(F.N.A)
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