O "Rabo da Porca" ficará nesse limiar absurdo que só as figurinhas de bastidores e o mais desanimado leitor podem perceber: o ensaísmo pragmático à imbecilidade. São sonetos políticos que refletem a vida num chiqueiro da Fazenda do Manguaço. O que passará, aos nossos olhos lassos e subrepticios, é a bandalheira de uma ação social que acontece entre porcos, mas que poderia ser refletida por nós, neste plano supra-racional. AH! TUDO AQUI É DO TEMPO DE ANTES DESSA IDIOTA REFORMA ORTOGRÁFICA
quarta-feira, 20 de junho de 2012
"Cratera"
...Há coisas mais ermas que o próprio deserto...
"Cratera"
Há um deserto infeliz onde o recanto
Das águas e palmeiras morre aos poucos,
As tâmaras azedam e o vento rouco
Na acidez das dunas forma um manto.
Erma paragem, solidão e desencanto,
Calmo e inóspito recanto que encerra
Toda tristeza que acumula sobre a Terra
E que na vida me fingia um orgulho tanto.
Meu coração, tenda secreta onde descanso
Das caravanas a viagem sem retorno
E o que a Saudade nivelou a calmo ranço;
Pobre infeliz, tão infrutífero restaste
Único grão de confissão ao sangue morno
Que não circula pelo corpo que mataste.
(F.N.A)
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