O "Rabo da Porca" ficará nesse limiar absurdo que só as figurinhas de bastidores e o mais desanimado leitor podem perceber: o ensaísmo pragmático à imbecilidade. São sonetos políticos que refletem a vida num chiqueiro da Fazenda do Manguaço. O que passará, aos nossos olhos lassos e subrepticios, é a bandalheira de uma ação social que acontece entre porcos, mas que poderia ser refletida por nós, neste plano supra-racional. AH! TUDO AQUI É DO TEMPO DE ANTES DESSA IDIOTA REFORMA ORTOGRÁFICA
segunda-feira, 18 de junho de 2012
"Torto"
Cruel é andar no mundo enviesado,
Nos passos sempre tortos que rebelo:
Não sigo, quando mandam a atacado;
Não saio, quando atacam meu castelo.
"Torto"
Já não sei em que beira de abismo
O conceito fingido eu amarrei:
Na alegria, o patíbulo de um rei;
Na tristeza, este usual fascismo.
O Doutor que não fui ou me tornei;
Mas, formado em amargo dualismo:
Esta dor de cabeça onde plantei
O sagrado pulsar do meu batismo
Nas estranhas poções em que bebi,
Nos caminhos de minha encruzilhada,
Tanto quanto sorvi e não fingi.
Se fugi de outras contas na taberna,
Veio o mundo atrelar à minha passada
A rasteira que dei na minha perna.
(F.N.A)
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