O "Rabo da Porca" ficará nesse limiar absurdo que só as figurinhas de bastidores e o mais desanimado leitor podem perceber: o ensaísmo pragmático à imbecilidade. São sonetos políticos que refletem a vida num chiqueiro da Fazenda do Manguaço. O que passará, aos nossos olhos lassos e subrepticios, é a bandalheira de uma ação social que acontece entre porcos, mas que poderia ser refletida por nós, neste plano supra-racional. AH! TUDO AQUI É DO TEMPO DE ANTES DESSA IDIOTA REFORMA ORTOGRÁFICA
terça-feira, 19 de junho de 2012
"Mercado de Risco"
...Os amores declarados de hoje eram as pragas de ontem...
...É de se esperar ao menos alguma lucidez...
"Mercado de Risco"
A velha que herdou uma fortuna
Bem quando enlutou depois dos trinta,
Havia envelhecido e a curta cinta
Já lhe causava dores na coluna.
O bucho mais cresceu e a grossa unha
Somada ao escangalho pela tripa
No corpo de caniço feito a ripa
Deixaram-na igual uma graúna.
Mas nunca lhe faltou foi pretendente:
Quem se ajustasse à falta de atrativo
Jurando pleno amor naqueles dentes.
E não casou jamais, sabendo ela:
Mais fácil é proteger um cofre ativo
Que as custas de amores sem cautela.
(F.N.A)
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