O "Rabo da Porca" ficará nesse limiar absurdo que só as figurinhas de bastidores e o mais desanimado leitor podem perceber: o ensaísmo pragmático à imbecilidade. São sonetos políticos que refletem a vida num chiqueiro da Fazenda do Manguaço. O que passará, aos nossos olhos lassos e subrepticios, é a bandalheira de uma ação social que acontece entre porcos, mas que poderia ser refletida por nós, neste plano supra-racional. AH! TUDO AQUI É DO TEMPO DE ANTES DESSA IDIOTA REFORMA ORTOGRÁFICA
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
FECHADO PRA BALANÇO
Por um momento, a coisa até perdeu a graça, mas a gente volta em outubro, sem foguetório e sem transporte não pago... nem que venhamos a pé, mas a gente se vê... ou não!
Até lá, beibis!!!!!!!!!!!!!!
(F.N.A)
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
“Forró Marcial”
...Odeio forró e sertanejo!!! Mas, gênios merecem prêmios!
“Forró Marcial”
O mundo é muito injusto com seus gênios!
Pior se for um músico o sujeito –
Mozart herdou a miséria e insatisfeito
Compôs seu réquiem entre halogênios;
Tubérculo, Pergolesi virou monge
E o pobre Bocherinni foi a Madri
Morrer numa pobreza estando longe
Da Itália que não pode lhe servir.
Eu reconheço um gênio quando o vejo
Ou ouço o ar que move entre notas
Na música tomada a ser gracejo.
Sei de um maestro que merece o céu
E a riqueza, pois o forró que toca
Já lhe garante virar coronel.
(F.N.A)
"O Bocó do Egito"
...Farinha de osso contamina rebanho e espalha a vaca louca. Mas boi com fome come de tudo e não passa mal. O negócio é saber se sobrará farinha. É que o rebanho é imenso!!!!!!
“O Bocó do Egito”
Eu sou o José do Egito às avessas
Que, no cerrado, vive igual a um macaco –
A cela em que me escondo é um buraco
E mal interpreto sonhos na cabeça.
Não sou caçula, mas caí no poço
Jogado por irmãos; e, à pouca grana,
Venderam-me de escravo à caravana
Que foi gigante e, hoje, é só um tremoço.
A Potifar servi sem promoções,
Não fui senhor do Egito, nem encontrei
Riqueza dando sopa nos Cantões;
Errado, comecei sem ter abonos
Pegando vacas magras e, hoje, sei
Que as gordas que virão já têm seus donos.
(F.N.A)
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
"Calote Pacífico"
...Besta tem em tudo que é lugar - em sindicatos, em associações, nas urnas...
“Calote Pacífico”
As regras pra um calote dar na praça
São quase universais e invariáveis –
Primeiro, escolha vítimas improváveis,
Pois elas são cordeiros de arruaça;
Segundo, lhes prometa o mundo inteiro,
Depois lhes negue pão, mas dê o circo –
Conforme Maquiavel escreveu o dito:
Sê mau, mas bom se finja por primeiro;
Terceiro, candidate-se ou pleiteie
Um cargo ou dinheiro emprestado
Que possas postergar sem que o aperreiem
Na porta a lhe cobrar. Pois, fujas então
Pois quando alguém deixou de ser abestado
É hora de fugir com pai, mamãe e irmão.
(F.N.A)
“Os Despojos da Hiena"
...O cão morreu, repartiram sua carcaça. Já era!
“Os Despojos da Hiena"
O bolo sem fermento logo murcha;
Quindim sem muita gema vira pedra;
Escola sem bedel é ruim de regra;
Panela sem sabão estraga a bucha;
Milico sem fuzil é um alvo fácil;
Palácio sem comando é uma tapera;
Planeta sem calota é uma ex-fera;
Lampião não fosse macho era um fracasso.
As coisas em harmonia são coerentes
Na forma, na estrutura e na essência,
Senão viram fantasmas com correntes.
Igual a acordo que não se pode ver -
De tão errado morre na vidência
Daquilo que não foi e nem pode ser.
(F.N.A)
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
“Efeito Retardado”
...Se gritar: Pega L*****... Não fica um, meu irmão, não fica um...
“Efeito Retardado”
Aquela ajudazinha do barbudo
Não veio e o molenga da aldeia
Que havia preparado sua bateia
Pra farra do garimpo, foi com tudo
Do sacrossanto ar de São Tapado
À casta das amebas mais barrelas –
E a festa do cabide com as gazelas
Melou, porque melou o resultado.
E o custo com rajadas foi ao vento,
Pois, do paiol fechado, deram giros
Que a queima agora ocorre só em evento.
Mas, hoje, funciona igual o Avião
No morro, dando o alerta de três tiros:
“- Cuidado com os poliça, meu Patrão!”
(F.N.A)
"O Cachimbo da Discórdia"
Dias sem rumo... Nunca li tanto, como nessa época de traças magras.
“O Cachimbo da Discórdia”
Por dois anos o inferno foi minha grota
E cá estou a essa choça, novamente –
O que é melhor, nem um maldito delinqüente
Tratou de me ligar e fazer chacota.
Mas como vai ligar-me o insurgente,
Se crédito não ponho ou tenho cota,
Que possa ser da osmose o solvente
Ao ir pedir emprego a algum marmota?
O bom de estar quieto é observar
De longe e sem fazer parte do jogo -
A roda da fortuna vai quebrar!
E não igual a um tapuia pelo limbo
Com raiva porque lhe apagaram o fogo
E deram a três caciques seu cachimbo.
(F.N.A)
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