O "Rabo da Porca" ficará nesse limiar absurdo que só as figurinhas de bastidores e o mais desanimado leitor podem perceber: o ensaísmo pragmático à imbecilidade. São sonetos políticos que refletem a vida num chiqueiro da Fazenda do Manguaço. O que passará, aos nossos olhos lassos e subrepticios, é a bandalheira de uma ação social que acontece entre porcos, mas que poderia ser refletida por nós, neste plano supra-racional. AH! TUDO AQUI É DO TEMPO DE ANTES DESSA IDIOTA REFORMA ORTOGRÁFICA
quinta-feira, 17 de junho de 2010
"A Contradança"
...Um albatroz que se prepara para o vôo e desengonça com o balé entre suas pernas...
...Não é fácil dançar sem ter sido tirado. Pior é tirar, não ser aceito, e ter de dançar sozinho...
"A Contradança"
Não sei dançar tango no escuro
E sei bem menos pular frevo na ladeira,
Mas sei dançar aquela arte brasileira:
Sobreviver a caos político sob o muro,
Dançando sob caco, prego e gerânio,
Sangrando e retorcendo-se inteiro -
Igual o malabarista ao picadeiro:
Caiu do arame, inda rachou o crânio
Dançando com meus passos de idiota,
Redimo os que não sabem nem dançar,
Conforme a oblação que alguém provoca -
Gritos e vaias, convulsões e histeria,
Loucos varrendo suas garras a alcançar
Minha goela, por eu dançar sem companhia.
(F.N.A)
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