sexta-feira, 4 de novembro de 2011

"Trevo"



...A noite é fria, a calma é mansa, o cigarro é um desconector; a alma é leve...

...Ninguém alimenta sonhos que não vingam, nem vingam-se...





"Trevo"


Ei, tu que ainda à noite te conectas
E traga o fumo, enquanto lês o que escrevo,
Saibas que o sonho é o pior do trevo
De quatro folhas sempre insurretas.

Ei, tu que sabias todos meus segredos,
Que bebe a serra e o rancho em que o moinho
Amanhecia o vale e aquecia o ninho
De um chalé sagrado em teus dedos.

Tu que choras ainda, acorda agora!
Eu chorei como tu e sei que a vida
É o instante perdido mundo afora.

Tu que sabes das coisas que eu digo:
Ainda ontem, o adeus sem tua partida...
Ainda hoje, o perigo como abrigo.


(F.N.A)

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