O "Rabo da Porca" ficará nesse limiar absurdo que só as figurinhas de bastidores e o mais desanimado leitor podem perceber: o ensaísmo pragmático à imbecilidade. São sonetos políticos que refletem a vida num chiqueiro da Fazenda do Manguaço. O que passará, aos nossos olhos lassos e subrepticios, é a bandalheira de uma ação social que acontece entre porcos, mas que poderia ser refletida por nós, neste plano supra-racional. AH! TUDO AQUI É DO TEMPO DE ANTES DESSA IDIOTA REFORMA ORTOGRÁFICA
quinta-feira, 29 de março de 2012
"Anã"
...O escopo já não conta muito. A língua ajuda bastante...
"Anã"
Era uma anã, só uma anã, seguindo o fardo
De, porventura seu esqueleto diminuto,
Estar com a boca na altura do charuto
Tocando a tromba do patrão por algum cargo.
Seguia assim, forçando a barra, amando o vício
E ainda segue em seu esforço por cautela,
Pois, afinal, não é nenhuma Cinderela
E socialismo não é muito seu ofício.
Mas se diverte quando a festa é do barrão:
Corta churrasco, espanta mosca da cerveja
E enche o peito pra dizer: "É meu irmão!"
E, no emprego, quando vem fedendo a alho,
Não lava a boca, pra que todo mundo veja
A língua suja: seu instrumento de trabalho.
(F.N.A)
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