sexta-feira, 3 de outubro de 2008

“O Perdão do Capelão”



Porque pra meia dúzia de samangos - porquinho meio-soldo em promoção – a falta de toucinho no seu rango, faz porco mais gritar a maior porção;

Assim que, no chiqueiro do Manguaço, achou de se faltar paio e lingüiça, uns dez conscritos rasos, bem cabaços, gritaram: já nem porco quer carniça.

Montou-se a ira de Copacabana – uns três disseram assim: queremos soldo, visita da esposa e fumar ‘Bacana’...

Mal o grito ultrapassou o galinheiro, Paxanga, que tomava chá de boldo, saiu já se cagando pro banheiro.




“O Perdão do Capelão”



Mestrado num assunto teocrático
Ninguém além de si, somente Deus,
O pobre capelão do Estado prático,
Conversa pormenores com os seus:

- Eu mesmo, fiel em Deus, um capelão,
Estafeta entre as paredes dos quartéis,
Confesso que já vi dois coronéis
Beijando o soldo e a sola do patrão.

Queriam instaurar uma quartelada,
Mas pouco a pouco viram uma mesada,
Cobrir-lhes parcos ganhos, arrabalde;

Assim, sem mais pecados, dei perdão,
Mandei rezar o creio; e a extrema-unção
Deixei pra macacada que aplaude.



(F.N.A)

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