Rio Branco, o que exigia dos cadetes / cautela em transações e aleivosias / foi mestre dessa tal diplomacia / que enfia a faca invés de usar florete.
Sujeito aristocrata que exigiu / dos membros de seu grosso rififi / esposas dedicadas a servir / bancando de francesas lá no Rio.
Agora ele virou, depois dos anos, / medalha de uma ordem enviesada / que lustra os maiores dos tiranos,
Dos moucos, dos vendidos e dos traíras. / Assim, perante o mundo (palhaçada!) / fundamos a Embaixada dos Caipiras.
“Um Cínico na Ordem”
Bom Ghandi que a mão de ferro ousou
Conter pelo silêncio e não às armas;
E Castro, o redentor de nossos carmas,
O sangue pelos Negros dedicou.
Faminta Calcutá nos deu Teresa
E ela deu-se aos pobres toda a vida;
Francisco em seus espíritos na lida
Dos vivos confortou ante a tristeza.
De todos seres bons, todos, sem par –
Nenhum, medalha ou ordem recebeu,
Pois anjos não nos cobram seu doar.
Daí, alguém premia um inconseqüente
E bota uma medalha em fariseu
Que rouba, mente e engana os inocentes.
(Fredson N. Aguiar)
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