O "Rabo da Porca" ficará nesse limiar absurdo que só as figurinhas de bastidores e o mais desanimado leitor podem perceber: o ensaísmo pragmático à imbecilidade. São sonetos políticos que refletem a vida num chiqueiro da Fazenda do Manguaço. O que passará, aos nossos olhos lassos e subrepticios, é a bandalheira de uma ação social que acontece entre porcos, mas que poderia ser refletida por nós, neste plano supra-racional. AH! TUDO AQUI É DO TEMPO DE ANTES DESSA IDIOTA REFORMA ORTOGRÁFICA
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
"Dulcinéia de Toboso"
...Tanto lá como cá, ainda há madamas persistindo suas futilidades, escoradas na fama e títulos nobiliárquicos tupiniquins dos maridos...
...As escalas sociais nas quais se acoplam são diversas: de mulher-jaburu de secretário à perua de magistrado federal.
"Dulcinéia de Toboso"
Não apenas Quixote, enganado em cheio
Nos sonhos pueris românticos que tinha,
Engoliu este angú como um purê de pinha,
Disfarçando o canhão que sonhou sem recheio.
A aldeã mais bela se mostrou o contrário
Na vila de Toboso - uma criada feia;
Assim pôs-se mostrada outra vilã da aldeia,
Postergada à fileira de um calão secundário.
A madama implicou: "Não sentar com ministro",
Sendo o esposo um bastião, "É acinte doloso
E passível a tortura como sofreu Cristo!"
E assim, relocada a seu posto de extremo,
Reluziu Dulcinéia, ao botox lustroso,
Como a fera que doma o leão do Supremo.
(F.N.A)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário