sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

"Adeus às Armas"




...Me assusto com tanta defesa minuciosa sobre algo que é errado e que se insiste em tomar como certo...

...Pra mim, passa longe o que reza a consciência no dever de elucidar...





"Adeus às Armas"


Não passamos mais perto da essência
Que o espírito dos bravos reunia:
Hoje é ideal lamber a bota fria
Que nos pisou a cara e nos causou demência.

O Errado agora é Certo e se provoca
Quem toma a trabalhar honestamente -
Já o lastro que um Errado afana e mente
Virou pra muitos estouro de pipoca.

Ninguém defende, em público, um coitado,
Mas ouse um atentando contra o vício?!?!
Capaz de te atacarem no atacado...

E aquela luta que a classe deveria
Tomar às mãos pra nos livrar desse hospício
Foi sufocada pelo amor à alegoria.


(F.N.A)

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

"Abacaxi Rei"


...Ele é a Magda da Terra do Pineapple, cujas incompreensões sobre a vida, sobre as pessoas, sobre os gostos, sobre a democracia são refugos retorcidos - frutos sem valia que não se compram nem por 1 real.

Cala a boca, Magdo!!




"Abacaxi Rei"


Me assombro. Um assustado do regime
De épocas tristonhas segue o esquema
Esbravejando a reclamar da algema
Como um ladrão a refutar o crime.

Agressão condicional além do plexo
Ou formas de amar, eis o cenário:
Não avançamos, não; mas o contrário:
Retrocedemos a um patamar sem nexo.

Porque a boca esculachada desse germe,
Pior que a língua com que solta baba,
Fere o ouvido, a alma e a epiderme.

Ser que rumina intolerância e desamor
Não compreende a alma humana, pois acaba
Sendo esse verme que se nutre de rancor.


(F.N.A)

sábado, 11 de fevereiro de 2012

"Diadorim"



Camarada de peleja, mestre Lailton, as Veredas, mais que Terras do Sem Fim, são segundos congelados de um Cerrado que um dia é também sertão.

Soneto-Estudo sobre Guimarães Rosa. Velho, Riobaldo lamenta morte de Diadorim: o sertão como princípio de um Tudo e a morte como princípio de um Nada.




"Diadorim"


- Matar Hermógenes, contudo não
Matar-me mais, não sei se mais podias...
- Diadorim, as casas são tão frias
No bando rude onde nasci - Sertão.

- Nem Otacília pude amar. O Cão
Que me seguiu e foi fiel, sabias?,
Justo a este pacto mortal, podia
Não me saber em ti saber-te... ou não.

- Resta o silêncio e nada mais me resta
Desta canção que a luz do lampião
Descortinou-te o sexo. A floresta

Da indecisão que em tudo me contia -
Galhos torcidos de espinho... A mão.
Me disse adeus a tua mão tão fria!!


(F.N.A)

"Inocência"








...Desdizer o mal dito,
Não livra o vexame:
Riso em tanto rito...








"Inocência"


Até parece a escola em que o patrão,
Depois de condenado por tragédia
Que fez de seus eslavos a comédia,
Resolve pagar sapo de capão

Galante, ma non troppo - Eita, questão!!
A filha procurou na wikipédia
O Aposto que a torne (enciclopédia!!!)
A musa dos que sonham uma eleição

Aonde seja Mãe que nos liberta...
Uma fera que no pleito engole amigos
E à luz da má intenção mata na certa...

Mas, como a sagração esconde o mito
Da fisga do milagre, os inimigos
Cuidaram em degolar seu mudo grito.


(F.N.A)

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

"O Rei Bichano"





...Não fossem os felinos criaturas tão falsas, daria até pra acreditar que um leão mata sua presa só no urro...






"O Rei Bichano"


Alguém pode virar leão, marmota,
Veado da campina, um tatu bola -
Na selva, em que a Política é escola,
Bichano quando teme usa bota

Pra não pisar no pé do adversário,
Pois pode a carabina ou o fogo amigo
Aos interesses maus tecer perigo,
Que a juba do leão foge pro armário

Pra se esconder com medo de escova,
Gilete ou qualquer urro que assuste
Sua força sem tutano na alcova.

Leão que dá um urro antes do ataque
Não caça, não agarra.. É um embuste
Que mia após levar o primeiro baque.


(F.N.A)