O "Rabo da Porca" ficará nesse limiar absurdo que só as figurinhas de bastidores e o mais desanimado leitor podem perceber: o ensaísmo pragmático à imbecilidade. São sonetos políticos que refletem a vida num chiqueiro da Fazenda do Manguaço. O que passará, aos nossos olhos lassos e subrepticios, é a bandalheira de uma ação social que acontece entre porcos, mas que poderia ser refletida por nós, neste plano supra-racional. AH! TUDO AQUI É DO TEMPO DE ANTES DESSA IDIOTA REFORMA ORTOGRÁFICA
domingo, 21 de agosto de 2011
“Brasília”
"...Deixa, deixa, deixa eu dizer o que penso dessa vida. Preciso demais desabafar."
(CLÁUDIA, Deixa eu dizer)
“Brasília”
Dei um chute na mesa e salvei o gargalo –
Meu pescoço arrochado em um fiapo de pano.
Reparei que na cuca não deu nenhum dano.
Só uma música velha e um band-aid no calo.
Os Cristais fumam o Bosque na ronda noturna –
A cortina de sons é soprada num trago.
Solidão reprimida? Haja sexo pago...
A ossada do Azar enterrei numa urna.
Três, seis, doze projéteis: a tirada do dia.
De um zumbi me desperta o arraial de Brasília,
Que se assusta candanga. Ainda ontem – bóia fria.
Dei um chute na noite. Acordei, era vento.
Fui aos rastros do vício espantar a mobília
Destes prédios sem ar que sufocam o cimento.
(F.N.A)
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