O "Rabo da Porca" ficará nesse limiar absurdo que só as figurinhas de bastidores e o mais desanimado leitor podem perceber: o ensaísmo pragmático à imbecilidade. São sonetos políticos que refletem a vida num chiqueiro da Fazenda do Manguaço. O que passará, aos nossos olhos lassos e subrepticios, é a bandalheira de uma ação social que acontece entre porcos, mas que poderia ser refletida por nós, neste plano supra-racional. AH! TUDO AQUI É DO TEMPO DE ANTES DESSA IDIOTA REFORMA ORTOGRÁFICA
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
"A Força Verde"
"A Força Verde"
Oh, força imane que surge do seio da Terra
E que as fronteiras da mata e das vilas engole,
Como a gula de Deus a alimentar sua prole
Com o sangue do vale e a carne da serra;
Fome imensa que arrasta povoações rasteiras,
Tu que encerras num gole as águas e os vencidos
Pela onda feroz com que os leões feridos
Engoliam aldeões pela África inteira;
Indomável trovão ao doce leito dos rios,
Que entornas na vala em que tuas águas correm
O silêncio da vida nestes corpos frios;
Tu que estendes o manto de tua lama de espanto,
Sê piedosa com a vida dos que, agora, morrem
E que vivos seguiam a maltratar-te tanto.
(F.N.A)
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