O "Rabo da Porca" ficará nesse limiar absurdo que só as figurinhas de bastidores e o mais desanimado leitor podem perceber: o ensaísmo pragmático à imbecilidade. São sonetos políticos que refletem a vida num chiqueiro da Fazenda do Manguaço. O que passará, aos nossos olhos lassos e subrepticios, é a bandalheira de uma ação social que acontece entre porcos, mas que poderia ser refletida por nós, neste plano supra-racional. AH! TUDO AQUI É DO TEMPO DE ANTES DESSA IDIOTA REFORMA ORTOGRÁFICA
sábado, 20 de março de 2010
"Novembro"
...Da minha infância, fragmentos da cidade em que cresci...
...De madrugada, o som da selva atravessa a aldeia e vibrava no ar, deixando tudo envolto numa dormência esquisita...
“Novembro”
Na casa onde morei meus breves anos
Da infância, uma casinha pau a pique,
Corria no meu sangue de cacique
O sangue da aldeia e seus ciganos.
A cama era encostada na janela
E, dela, a velha bica trespassava –
No dia em que chovia, eu me banhava
E, por ali, fugia até a cancela.
A aldeia desmaiava e eu ia junto.
E, à hora em que Altamira desmaiava,
Nas ruas do povoado, seus defuntos
Gemiam um som etéreo que eu me lembro –
Um velho crepitar de vela ardia
No sono dos finados, em novembro.
(F.N.A)
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