sexta-feira, 26 de março de 2010

"Poltergeist"

...Um espírito brincalhão não se desapega dos lares que assusta, nem quando lhe pedem:

“ - Entrega os cargos, poltergeist!”

“- Eu, hein!?!? Desencarnei...”



“Poltergeist”


O afago dos espíritos que não partem
- Lâmpada de Tesla a fosforar a sombra -
Induz o medo e sua energia lombra
O exorcista e a estética de Baumgarten.

Se afiam ao apego de energias mortas
Nos móveis velhos e nos espaços tortos;
E se deslumbram (da gnose) os mortos
Com nossa alma a mulambar nas portas.

Um poltergeist doma o que habita
E, desse apego morto, nem Quevedo
Lhe extirpa o frio do carma sodomita.

É como um deputado em possessão –
No vício de prender aos próprios dedos
Os cargos que incorpora em comissão.


(F.N.A)

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