segunda-feira, 16 de novembro de 2009

"Descrença"




...Não acredito mais nesta bagaça!

...Canso a cada dia que contemplo este Cercado.

...Definitivamente, não dá pra acreditar neste chão...






“Descrença”


Eu muito me assusto, hoje em dia,
Com trinta e cinco anos bem sofridos –
De tudo que já vi e senti aos ouvidos,
Ainda acordo com as dores da atrofia,

Que se aloja abaixo do meu fraco crânio,
Em curtos bem nervosos de uma nevralgia -
É a massa inconsciente do meu ar de estranho
Chupando a palidez da minha casca fria.

O estado em que vegeto é este dejeto,
Que a raça dos insetos e dos vermífugos
Contempla com favores de amor-objeto;

Não sei se há veneno pro meu fado,
Mas sei que há poucos anos pra o Incubus
Descer o pau nas costas deste Estado.


(F.N.A)

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