O "Rabo da Porca" ficará nesse limiar absurdo que só as figurinhas de bastidores e o mais desanimado leitor podem perceber: o ensaísmo pragmático à imbecilidade. São sonetos políticos que refletem a vida num chiqueiro da Fazenda do Manguaço. O que passará, aos nossos olhos lassos e subrepticios, é a bandalheira de uma ação social que acontece entre porcos, mas que poderia ser refletida por nós, neste plano supra-racional. AH! TUDO AQUI É DO TEMPO DE ANTES DESSA IDIOTA REFORMA ORTOGRÁFICA
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
"Firmino, Cão de Guarda"
...Na condição de vassalo e escravo ideal, prefiro os cães... como este!
“Firmino, Cão de Guarda”
De pobre alegre, o pária é um capacho,
Que as costas empenhou quando prefeito.
No dia em que deixou de ser eleito,
Voltou ao quarto escuro do esculacho.
Seguir, beneditino, seu preceito
– Escravo bem feitor do clã mais baixo –
No mantra que entoa cabisbaixo
A bordo duma jaula que é seu leito.
No dia em que adoece à fina mágoa,
Tem febre e a copeira nem o visita
Pra, ao menos, lhe levar um copo d´água.
Mas, quando sara a tosse, o pobre cão
Capricha a dar latidos na guarita
Cuidando em não acordar o seu patrão.
(F.N.A)
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