terça-feira, 31 de janeiro de 2012

"Leito de Rio"




...Ao querido amigo, Giuliano Germano, pelo rock na veia e por seu caráter irrepreensível...

...Grato por vossa amizade de uma década, bróda!!




"Leito de Rio"


Um bumbo que se toca em plena feira,
Uma dupla sertaneja que esgoela,
Calipso? É bolacha ou barco a vela?
É Cousteau singrando mares sem coleira.

Um espírito inquieto não se entende;
Ninguém pode saber que som o agita;
Nem pode condenar sem por fiança
À cela ocasional de um eremita.

Tu sabes, meu irmão, o certo é o caos;
O resto são adereços e vazios
Que a gente vai cuspindo em meio aos maus.

A pedra por ser fria ninguém passa
A jóia, mas nas rochas, rente aos rios,
É nelas que o ouro se disfarça.


(F.N.A)

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

"Butantã"





...Apoio magro como é vago o apoio aos ombros fracos do Moisés da serra...

...Sonha sozinho, enquanto lhe preparam cobra megera que o morderá...






"Butantã"


Não basta pro aidético o elixir
Que o boticão de rua ou o charlatão
Receitam por milagre ou salvação -
Inexplicavelmente é ruim fingir!

Receita que mamãe mascou com fel,
Raiz e sucupira, óleo e peroba,
Não cura, mas comer com maniçoba
Arranja no intestino um escarcéu...

É como alguém buscar junto a um fingido
O apoio pra loucura em que se crê
Que a urna vá cantar em seu ouvido.

Não sabes, bom pastor, é tão fatídico?!
Ninguém te seguirá e só tu não vês -
O soro pra teu mal é o antiofídico.


(F.N.A)

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

"Estrela"






...O homem completa um ciclo quando nasce e quando morre; estrelas completam um ciclo quando morrem para nascer...

...Imenso céu, te guardo em meus olhos como o Guardião do Cosmos, que lustra cada estrela de tua claridade...






"Estrela"


Nem olho a cansar o cromo de tuas Quantas
Ou medo imenso ao mar que a radiofonia
Fez da casca de dragão que a Lua vicia
A solidão de Ser e outras dores tantas.

Rara! Lux! Estela! Luz natimorta e Santa,
Que cuspiu do infinito este pingente frio,
Quantas hão de te amar um beijo no vazio
Quando do céu cairdes da imensa manta?

Navego ondas no rumo, Mar da Tranquilidade,
Barco fingindo remos às águas viçando açoite
Do universo batendo à proa e fazendo alarde.

Transmigro olho finito em tua profundidade
Colcha de sons e grilos comendo a relva da noite,
Europas cingindo frio, estrelas que dormem tarde.


(F.N.A)

"Macaúba"





...Passarinho pelo fio, leva choque, mas twitta...

...E o boca de macaúba, se fofoca, alguém vomita....





"Macaúba"


Ah, Molelque! Limpa a baba e manda bala
- Blá Blá Blá Blá Blá Blá Blá Blá Blá...
- Blé Blé Blé Blé Blé Blé Blé Blé Blé...
- Uala Uala Uala Uala Uala Uala Uala...

- Pá Pá Pá Pá Pá Pá Pá Pá Pá Pá Pá Pá...
- Qui Qui Qui Qui Qui Qui Qui Qui Qui...
- Rá Rá Rá Rá Rá Rá Rá Rá Rá Rá Rá Rá...
- Ti Ti Ti Ti Ti Ti Ti Ti Ti Ti Ti Ti...

- Ó Ó Ó Ó Ó Ó Ó Ó Ó Ó Ó Ó Ó Ó Ó Ó Ó Ó...
- É É É É É É É É É É É É É É É É É É...
- Ui Ui Ui Ui Ui Ui Ui Ui Ui Ui Ui Ui...

- Ih Ih Ih Ih Ih Ih Ih Ih Ih Ih Ih Ih...
- Blo Blo Blo Blo Blo Blo Blo Blo Blo...
- Fiofó Fiofó Fiofó Fiofó Fiofó Fiofó...


(F.N.A)

"Relógico"








...Tempo exato onde a desordem gere o brado que silencia e o caos que em si digere... IDADE!









"Relógico"


Estamos à última hora do estalo na cabeça?
Não é Possível! Será que alguém pode fazer
Alguma Coisa? Alguma Coisa? Alguma Coisa?
Alguma Coisa? Alguma Coisa? Alguma Coisa?

Alguma Coisa? Alguma Coisa? Alguma Coisa?
Alguma Coisa? Alguma Coisa? Alguma Coisa?
Alguma Coisa? Alguma Coisa? Alguma Coisa?
Alguma Coisa? Alguma Coisa? Alguma Coisa?

Alguma Coisa? Alguma Coisa? Alguma Coisa?
Alguma Coisa? Alguma Coisa? Alguma Coisa?
Alguma Coisa? Alguma Coisa? Alguma Coisa?

Alguma Coisa? Alguma Coisa? Alguma Coisa?
Alguma Coisa? Alguma Coisa? Alguma Coisa?
Alguma Coisa? Alguma Coisa? Coisa Alguma!


(F.N.A)

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

"Água & Vinho"






...Gismonti já observara meu sinistro passeio antes de eu ter havido carne...

http://www.youtube.com/watch?v=AYoEddbvBxI




"Água & Vinho"


No pátio virgem ao cimo da floresta
Suspensa que meus sonhos são morada
Eu passo a descobrir em que escada
De mármore manchado esconde a aresta

Que liga o meu olhar a outro embargo,
Casa, elo, liame, transubstânciação
Que o pão amargo que parti à mão
Avinagrou na taça o sangue amargo.

Sigo escondido entre hiléias eternas,
E no dormente lobo, em sua boca larga,
Por caça alheia às suas presas ternas;

Vivo e não busco mais qualquer saída
Que salgue a crença em minha ceia amarga
Na água turva que eu bebi na vida.


(F.N.A)

"Nosso Ivan Filosofia"






...Sob a égide da fome pelo açougue e da remissão de culpa...






"Nosso Ivan Filosofia"


Ok. Um porco no retrato e muita gente
Que come aquele bife acebolado,
Coraçãozinho de frango ao molho pardo,
Condena o meu leitão, impunemente.

Cigarro - por si só contravenção -
Num canto da boquinha é um caso aparte.
Conheço quem do álcool faça a arte
Do vício que assumiu por convenção

Social. Quem coma carne, arrote e peide
E quando um lastro feito de moral
Insurge, faz TT e posa à Rede

De nobre comensal que, sim, respeita
O olhar que exulta a norma social,
Mas quando está escondido se deleita.


(F.N.A)

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

"A Cereja da Latrina"


...Banalização total + Bestialização fundamental + Burrice coletiva...

...Não bastasse a imundície a que se dão homens e mulheres por dinheiro, se aumentar um pouco o prêmio, matar alguém pelo cascalho será ficha...



"A Cereja da Latrina"


Vem longe, das cavernas a maçada
Que o crânio das primatas repartia;
E o homem primitivo, então, dormia
Pulando, meio ao sangue, na rachada.

Na época da corte, se era aceito
Que a noite da mulher, sendo a primeira,
A farra em sua suíte verdadeira
Ao rei fosse cabal por vil direito.

Agora, é tão comum sentar a pua
Nas costas da mulher, por grosseria,
Que a história primitiva continua

E com ela a violência como indício,
Não importa se na cama a putaria
Ou numa casa imunda dada a hospício.


(F.N.A)

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

"Sol"






...Luz da inspiração vindoura que limpa e renova em seus braços de fogo e em seu ardor o anima do espírito e o corpo sem quebranto...








"Sol"


Quando as faixas de luz descem o azul bramindo
Na auréola que o Sol despe-se em agosto,
Sinto o inferno queimar meu próprio rosto
Neste chão onde o fogo anoitece sorrindo.

Eu que sangro da noite o seu halo partindo
Num aceno, uma chama esvaecendo o posto
Que a sentinela estrela beijará o exposto
Desejo dos anjos quando voam fugindo.

Essa chama rude que tantos miolos assa
E que as formas mínimas de astros e insetos
Tece o manto de ardor que acolhe e abraça,

Esse cálido archote que nunca refrigera
Faz da noite que bebo o temor circunspecto
Se assustar a fugir de minha própria fera.


(F.N.A)

sábado, 14 de janeiro de 2012

"Ato de Contrição"





...Não fosse o lirismo medíocre, talvez desse uma comadre fofoqueira, pelo menos, suportável...

...Não idolatro novo deus a cada pleito. Neste aspecto, sou monoteísta...








“Ato de Contrição"


Aonde você estava em dois mil e seis?
Eu sei aonde eu estava e em qual morada -
Levando tapa e pena em algumas leis
Das mesmas figurinhas carimbadas.

Os anos se passaram e eu nas empreitadas -
Naquelas velhas crenças que eram tidas
Por praga, agressão e ações banidas
E que hoje são tão cheias, festejadas.

A diferença está que eu não me escoro
Com a boca no culhão de um mandatário,
Cheirando do seu cú ao suspensório.

E aqueles que apontavam-me em risadas
São os mesmos que hoje beijam do sudário
De um Cristo que tratavam a machadadas.


(F.N.A)

"Amigo da Onça"




Sou um míssil direcionado: meu rastro de vôo é visível, mas neste ponto sou vaidoso - não me cerco de “amigos” que ao raiar dos primeiros erros do mundo nada mais fazem que associá-los indubitavelmente ao meu caráter e aos meus valores.

De amigo assim, que seja capaz de me associar a coisas ruins, eu passo longe – o DM que afaga é o mesmo que apedreja.





“Amigo da Onça”


Se eu tivesse um “cupincha” de caráter fraco,
Que as piores qualidades e os gestos obscenos
Associa logo a meus atos e eles aos venenos,
Trocaria de “amigo”, pois é mau puxa-saco.

Bajulador que viceja a um deus de estação
A inveja que nutre em seu olhar de penhora
É o mesmo que ora e, quando muito, chora
Em um novo oratório ao passar um verão.

Quando um rei forma a corte e apieda ensebados
(Uma estirpe que aplaude conforme a coroa
Esteja justa e assentada em seu côco aprumado)

Deve estar preparado, pois ao primeiro erro
Serão os tais a amolar aquela faca “boa”
Que degola, vitima e garante o enterro.


(F.N.A)

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

"Crítica à Alienação Pura"






...Querido blog diário, ensine ao dromedário: Como chumbo não voa ou gravita revés, machado cego não fere batendo ao contrário...

Imagino que deve ser saboroso incorporar à grade curricular a lambida nos ovos como parte do diploma...

...Só sente o Mal, quem dele vive.






"Crítica à Alienação Pura"


Me expando mais do que Kennan compreende
Da contenção de impérios sobre a Terra;
Lavoisier cagou num pé de serra
Pra que a merda fosse lei pra muita gente.

Já é inerente ser uma besta o indivíduo,
Quando ele aprende a bajular por atacado.
- A poesia não se vende em bar lotado,
Nem descortina pra quem vive de resíduo.

Interpretar, ler, entender, escrever formas -
Capacidades que a mente de um tapado
Mais desconhece por fugir das simples normas

Da compleição do raciocínio e a razão pura,
Porque apedeutas só esboçam um "O" traçado,
Quando na areia sentam sua bunda dura.


(F.N.A)

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

"A Coragem da Hiena"







...Não nutro raiva de ninguém que seja mau. Pena, decerto...








"A Coragem da Hiena"


Cabe à luz da ignorância o ato falho,
A aleivosia, a irrestrita maledicência;
Cabe a ausência de amor ante a ciência
De escrever, de ser consciente - não atalho

Do que alguém pensa ou repensa sobre o mundo -
Eu mesmo faço dos conceitos que acredito
A mansidão dos meus terrores mais benditos,
Como Drummond já fez citar algum Raimundo.

Por isso, eu ando, sem temer alguma ordem
Sem me esconder ou me anular como uma fera
Que se assusta mesmo em bando - uma hiena.

Cheira quebranto estas flores que me mordem,
Mas infeliz, como é o fim da primavera,
É a ilusão de machucar e sentir pena.


(F.N.A)

"100 Metros Rasos"



...Precisa mais que piscina pública e banho publicitário pra menino ver...

...Precisa a força que as células dos músculos atrofiaram...





"100 Metros Rasos"


Não é um turfe, mas uma prova a nado -
Pela piscina, estão assim dispostos:
Um afogado, um velho amargo e rostos
De mais uns dois competidores descuidados.

O reumatismo entrevou o amargo velho;
Grande tensão na patelar sobre o afobado
Que esqueceu fora bigode e o resfriado
Lhe afetou com tremeliques o joelho;

Outro atleta, já rankeado igual o barrão,
Ao dar um passo rumo à raia, na subida
Se embrenhou quando pegou no corrimão;

Melhor está neste momento, na parada,
Um peso morto que inda bóia na descida -
E esse afogado vai nadar de braçada.


(F.N.A)

"Plano Z"


...Um reino profundo que afunda célere rumo à fossa abissal do esquecimento...

...Enquanto cai Atlântida, o rei cochila; o enfant-terrible rege; os aldeões padecem e os inimigos banqueteiam...





"Plano Z"


Um olho só não lhe é capaz visão marinha;
E mesmo assim, vesgo e cegueta, vai andando
O senhorio do oceano (a nau encerando
A vastidão dos cargos bons que ele apadrinha).

Mas, e seria um fator X (ou coisa minha?),
Pois essa farra de cabeças está esquentando -
O que educa, logo, então, sairá mancando;
Já o QUE governa, na real, é uma tainha.

Tainha dessas gordurosas que empapa
Boca de bagre com coleira de mascote
E uns trinta quilos de ração nutrida a tapa.

E o Rei Netuno, deslocado corpo inteiro,
Não sente a penca de traíras no cangote,
Mas finge raiva quando pedem mais dinheiro.


(F.N.A)

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

"Lua"




...Não resta um aqui que não se admoeste da fúria intensa...

...Quando iro, escrevo calmo sob o dormonid da minha ânsia e me frusto sem sangue algum...




"Lua"


Eu mato a todos que, enfim, não gosto
Em turbilhão de facas e apetrechos -
Socos, pontadas, pontiagudas, queixos
De burro a estilhaçar algum desgosto.

Mato distante por intermédio de ondas
Ou em descargas de concentração;
Faço esconjuros - por não dizer, ração
Dos corpos mistos em alguma ronda.

Não fui a Paris, como não foi Carvalho,
Porque essa Lua Quando vem da Ásia
Não me transforma em algum espantalho;

Ela só infecta os meus desejos finos
De assombrar-me uivando pela casa
O lobo exato em que me assassino.


(F.N.A)

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

"O Príncipe dos Piratas"





...Depois de facadas ininterruptas às costas dos cães fiéis, hora de revidar o ódio que nos dedica o filho perverso...

...Quer ganhar pleitos futuros, malandro? Que ganhe com os traidores que, hoje, tu alimentas...








"O Príncipe dos Piratas"


Um príncipe perverso de um reinado
Distante e que voltou após cem anos
De solidão e ausência, trouxe os danos
Da fome que atiçou, quando afastado;

Agora ele é que manda e não o Rei,
Que segue como um cão figurativo -
Só atiça a dentadura e come vivo
As presas sem coragem de sua grei.

De todos seguidores do reinado,
Aqueles que comeram merda e lama
Na época em o rei estava afastado,

Padecem na masmorra, pois causaram
Inveja no perverso em sua escama
De bagre pelo ardor que empenharam.


II


É que pior do que um velho marujo,
Que singra as águas pela lei do Mar,
Só o pirata a empilhar e roubar
É mais letal neste cenário sujo.

E é desses mesmos que o perverso gosta -
Cão sem paragem, que não late ou morde,
Que lambe os pés e lhe prepara o acorde
Quando entoa uma facada às costas

Em toda besta ou peixe que se come -
Cardume vivo de eleitores pobres
Que ele nem sabe nem sequer o nome;

Mas sabe bem o que não quer pra si -
Herdar o espólio de um calão de nobres
Que não lhe cabem por não lhe servir.


(F.N.A)

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

"Amnésia Vermelha"


...Já não me surpreendo com um lugar, onde a falta de vergonha nas fuças não constrange mais: é ladrão safado posando de coitado eterno; é crápula com ataques de amnésia.



"Amnésia Vermelha"


Roubava igual um Mercenário
Que troca vida a dinheiro.
A Mentira é o seu cheiro;
Safadeza, o abecedário.

A língua chocalha o contrário
Cascavel se engana alguém;
É ateu, mas finge bem
Na missa, frente ao vigário.

Enricou por um milagre.
Jesus que morreu na cruz,
Não bebeu água; vinagre.

Esse Cão foi quem lhe deu
Esponja embebida em pus
E o resto (diz) esqueceu.


(F.N.A)

"Badalo"




Momento "registros de uma infância assombrada".

Se pudesse traduzi-los sem enigmas, anos sombrios de minha vida...









"Badalo"


I


Tu falas em sino e lembro
Dos sinos da minha terra -
Sino que estala na serra
O aço a forjar dezembro.

No Sino da Catedral,
A voz trinando entre ferro -
Badalo que fere a berro
A boca aberta e oval.

Sino que puxa missa
E quando tem casamento
Repica logo em notícia.

Mas, sino que não socorre
Qual lágrima ao pensamento
Na vila, quando alguém morre.


II


Sangrando o mês de janeiro
Os vultos que ninguém via
No quarto em que me nutria
Do ar infestado ao cheiro

De lírio e formol intenso
E nas coisas que me herdavam.
- Ah, muitos dos que voltavam
Cobravam-me reza e incenso.

Meu pai que nunca dormia
Em casa, quando raiava
O sol despregando o dia,

Rezava contra o torpor
Da noite que me encharcava
De insônia, suor e pavor.


(F.N.A)

Vergonha Alheia (COLABORADORES)





Hum... Não é que o Rabo da Porca conta agora com colaboradores suicidas?!?!

Dji-zus, tem gente que tem coragem e falta de senso, mesmo, pra solicitar publicação numa joça dessa... Enfim, taí a crítica ao cara de areia mijada.






"TEMPO DO PEQUI E DO REVEILLON"


Contam-se os minutos para o ano novo,
A multidão festeja alegre e em polvorosa,
Eis que surge para uma vaia calorosa,
Sua Excelência, ao encontro do povo.

Com champagne na mão para estourar,
Da praça, o côro lhe fere os ouvidos,
Deixando os convidados constrangidos,
E o “dito cujo” sem ter o que falar.

Queimem-se os fogos, diz o comandante,
Mas meia-noite ainda não é, espere aí,
Há tempo da manga, do buraco e do pequi,

E o reveillon não é em qualquer instante.
Desapeou do palco o dono da festa,
Sem óleo de peroba pra passar na testa.


(Orion)