quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

"A Festa de Babete"





...Vamos seguindo nesta vida besta, como os mais destemidos suicidas e os mais desajustados dessa terra...





"A Festa de Babete"


São tardes de silêncio e agonia.
Nem mais a solidão me bate à porta.
Assisto ao ostracismo a cada dia
Na grata condição de mosca morta.

Província, aldeões - Oh, minha aldeia! -
A brasa da fogueira que me ateiam,
Oferta aos canibais que, hoje, me ceiam
uma carne mal passada e cheia de veia.

A corda atada espera-me na sala,
Com todos meus fantasmas a meu lado
Pedindo minha ida sem escala.

Mas quero ver até onde esse retrete
Irá embutir meu sangue coagulado
No chouriço artesanal desse banquete.


(F.N.A)

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