
“Eu conheci um velho índio do Uruguay, que fez e que faz coisas belas que branco não faz. Disse que o mar pára na areia; e disse que fome de amor é só amor o que serve de ceia.”
(Para ARNAUD in memorian)
“Velho Índio do Uruguay”
Ninguém soube cantar a própria dor
Com a forma tão elegante em estar sorrindo –
E lembro de escutar-lhe se esvaindo
Num disco de meu pai como um condor.
O velho índio que ele foi, em bruxarias
De versos livres amarrados com cipó,
Cumpriu-lhe a taba, como rei de Caicó
E afilhado de Lampião e suas Marias.
Arnaud teceu no riso rouco o próprio vulto
Da extensão da graça magra quando acalma
O furacão de si num mar absoluto.
Magro sorriso em rouca voz partiu canora –
Arnaud, o vento nas palmeiras leva a alma,
Só quando o Pai nos torna brisa, mundo afora...
(F.N.A)
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