domingo, 17 de maio de 2009

"Tampax ou Supositório?"








Agora que eu sei que na Fazenda, o cofre do patrão tem outra dona e as custas com calcinhas À La Madonna são todas costuradas em fina renda,

Eu vou também pedir a este marido – devoto e democrático leitão – que possa me pagar umas cuecas que hoje eu vi na feira em promoção.

Não cobro desse homem tão romântico por nada que não possa devolver da grana que lhe dei no cargo quântico.

- Se todos os que elegem porcos desses soubessem lhe pedir seria dever comprar-nos mais que cuecas muitas vezes...



“Tampax ou Supositório?”


A dama mui grã fina esconde a nota
Forjada na Daslu dos malefícios –
A aspone que limpava seu orifício,
Ainda extorquia como agiota.

Da jóia ao chocolate em cacau puro
Paguei (contribuinte desmiolado)
Com aquele IPVA tão inflacionado
As posses da família e seus seguros.

Mas todo eleitor é um perdulário,
Que salva quem está no precipício,
Enquanto paga tudo com o erário:

Custeio até tampax, mas não ignoro
Que sigo sem colher algum benefício...
Pelo contrário, só levo supositório.


(F.N.A)

sábado, 16 de maio de 2009

"A Quadrilha da Camisola"




Daí, alguém precisa dar um basta, pois toda essa bagunça desandou – são casas, faculdades e fazendas às custas do porquinho que votou.

Na cerca do chiqueiro, outro porquinho – mimoso e bom ladrão que muito chora – o canto dessa vara de suínos desdobra em dar adeus. Já era hora.

“Discurso! É mentira! Aleivosia!” – declara o pau mandado do leitão, que esquema em sua Fazenda mais procria

Nos gastos do calote em sua mão. Mas, ora, investimentos em joalheria são custos permitidos na União.


“A Quadrilha da Camisola”

Nada como um leitão apaixonado
Que pode pagear a porca e os ursos.
Melhor, se este porco tem mandato
E custeia esses mimos com recursos

Públicos que são pagos sem critérios
De zelo com os cofres do eleitor
- e digo-lhes: os dois cofres, sem mistérios,
São o das contas e do furico excretor.

O pobre leva fumo, enquanto os tais
Declaram amor às granas consumidas
Em taras na Sodoma das estatais!

E assim, neste chiqueiro, a farra rola:
Dos custos em faculdades construídas
Aos mimos de uma sexy camisola.


(F.N.A)

sexta-feira, 8 de maio de 2009

"Danos Moraes"


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Se a nação pleiteia a Bunda como atributo nacional e a mesma nação é composta por tarados que acaba elegendo, conclui-se que brasileiro eleito é um tarado em cargo público – literalmente e sem sofismo!

Seja email, foto privê, bi ou traveco, disque-sexo, telefone com orgasmos em conta pública, cocotas e orgias em fazendas, sejamos mais compreensivos: os pobres coitados também phodem – com todos ao mesmo tempo!!



“Danos MORAES”


A comichão no dedo imputa o porco
A dar uma ligada entre as sessões –
Consulta aos feromônios de caboclo
Com Lady Margareth Paes Bulhões.

“- Bem custa, deputado, uma discada
E podes futricar com fone público?”
“ - Princesa, de passagem a empregada,
Não pago um centavo, nem um rublo!”

Mas como é prática a telefonia sexual...
“- Email com pelada é das antigas,
Me disse alguém da Farra Federal!”

“- E assim, dando banana ao contribuinte,
Cuidamos de libido em raparigas
À tara de senhores Constituintes.”


(Fredson N. Aguiar)

“A Gripe, Segundo o Presidente”



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Daí a gripe suína chegou à Fazenda do Manguaço e os próprios bacurins se assustaram.

O chefe do chiqueiro adiantou (visionário que é), que essa gripe, por lá, terá efeito de crise mundial chegando no país – sem força, uma marolinha fácil de enfrentar.


“A Gripe da Leitoa Louca”


Meu caro presidente, pois chegou
No canto do cercado uma notícia:
Na alfândega, com efeito, a polícia
Deteu, tossindo muito, um senhor.

Disseram que é gripe. E é suína!
E agora? Os que morrem desse vírus
Terminam muito pálidos papiros
Na planta do caixão – morte assinina.

- “Meus caros companheiros, é alarme
Dizer que uma tortilla ´xicaninha
De porco tem sabor de frango ou carne”.

"Afirmo, sabedor que a dor futuca:
Tal gripe será só uma leitoinha
Da qual faremos uma pururuca!"


(Fredson N. Aguiar)



Eu sei...

"Lambança do Rio Branco"


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Rio Branco, o que exigia dos cadetes / cautela em transações e aleivosias / foi mestre dessa tal diplomacia / que enfia a faca invés de usar florete.

Sujeito aristocrata que exigiu / dos membros de seu grosso rififi / esposas dedicadas a servir / bancando de francesas lá no Rio.

Agora ele virou, depois dos anos, / medalha de uma ordem enviesada / que lustra os maiores dos tiranos,

Dos moucos, dos vendidos e dos traíras. / Assim, perante o mundo (palhaçada!) / fundamos a Embaixada dos Caipiras.


“Um Cínico na Ordem”


Bom Ghandi que a mão de ferro ousou
Conter pelo silêncio e não às armas;
E Castro, o redentor de nossos carmas,
O sangue pelos Negros dedicou.

Faminta Calcutá nos deu Teresa
E ela deu-se aos pobres toda a vida;
Francisco em seus espíritos na lida
Dos vivos confortou ante a tristeza.

De todos seres bons, todos, sem par –
Nenhum, medalha ou ordem recebeu,
Pois anjos não nos cobram seu doar.

Daí, alguém premia um inconseqüente
E bota uma medalha em fariseu
Que rouba, mente e engana os inocentes.



(Fredson N. Aguiar)

quinta-feira, 7 de maio de 2009

“O Dono da Bola”



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“O Dono da Bola”


É festa no arraial, mas o problema
Surgiu na peladinha sem pelota:
Faltava até camisa sem emblema
Nos times do Nezinho e do Zé Mota.

Mas, eis, baixou por lá o paga-tudo,
Bezerro gastador da palha alheia –
Surgiu que nem detento na cadeia
Dizendo ser um anjo, o tal tinhudo.

“Eu pago desde rifa a frango assado,
Dirá umas camisas e umas pelotas
Pra um bando de eleitor desempregado...”

“As contas desse mimo, passo a frente:
No bolso dos notáveis idiotas –
Assim é meu governo diferente!”


(F.N.A)

quarta-feira, 6 de maio de 2009

“Porquinho Gripado”


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“Porquinho Gripado”


O porco novo vai ao Japão saber por lá
Como fará pra espalhar toda sua gripe
De rapinagem, de mentira e sua estirpe
De traidor sendo gatinho angorá.

Gripe rançosa, vírus velho em sangue novo –
O leitãozinho quando espirra joga longe
Todo catarro de covarde e o pus de monge
Sobre as muletas com que viciou seu povo.

Nem foi o México, mas enfim contagiou
Um eleitor quando andava pelo estádio
Que inaugurou dando alcunha ao velho vô.

Agora o pobre cai não cai, pois tá gripado –
É que a vacina pro porquinho de Seu Eládio
Será aplicada, quando fugir do cercado
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(F.N.A)

“Programa de Milhagens”



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“Programa de Milhagens”


Depois de ter canudo, o jornalista
Esquece o bom discurso da guerrilha,
Esquece a boina, o chinelinho e a planilha
Onde listava suas lutas de anarquista.

Vem o emprego (e bem melhor se for governo)
Pra rechear todo inconteste Che Guevara
Com pão e circo, mais passagens e diárias
Remodelando a fúria ingênua desse termo.

Já conquistado, o jornalista perde a mão:
Não vê ataque, ditadura, malandragem,
Nada lhe afronta, causa impacto de escroque.

Pra descansar, fingir não ver corrupção,
Pega o avião pra garantir umas milhagens

Enquanto flana ter isenção em Nova Iorque.



(F.N.A)