sexta-feira, 8 de outubro de 2010

"Na Conta do Abreu"














...Tocar empreendimento onde os custos quem paga é a União, é fácil...

...Mais fácil ainda é manter a clientela, quando o ponto muda de dono: cliente é mais fiel às mordomias que leal à bondade do antigo proprietário...




“Na Conta do Abreu”


As contas do boteco já não fecham –
Vendeu-se mais fiado que à vista.
Bar repartido entre cães socialistas
Leva calote, quando as putas deixam.

O dono, um doido ególatra e avoado,
Cingiu desde o batente até o banheiro
Com pincelada rubra e pôs dinheiro
Disposto a lotear sem ter quitado.

No fim, após os bêbados da rua,
O caminhão de lixo fecha a conta
E a travesti do beco dança nua...

Assim é que se toca investimento
Em casa, onde quem manda faz-de-conta
Que a farra sofrerá apostilamento.


(F.N.A)

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