quarta-feira, 30 de março de 2011

"Escola de Sagres"




...Navego, desbravo, canso e derivo nestas águas que me afogam...








"Escola de Sagres"


Desbravo igual um marujo sem morada
As lanças do oceano e ainda encontro
A fórmula geográfica do helesponto
Que fez a minha vida mais cansada.

Confesso. Alguém me dê água salgada
Em cálices que as mãos se unem mortas
E enterre meu destino entre as comportas
Que às lágrimas do abismo estão cerradas.

Eu muito naveguei em terra firme
E quando me lancei no mar bravio
As tábuas do calado contorceram -

Ruiram, pois não pude nem sentir-me
Uma parte deste mundo em meu vazio
Nos sonhos que vivi e que morreram.


(F.N.A)

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