sábado, 26 de maio de 2012

"Vagalume"






...Nada morre ao chegar a noite...







"Vagalume"


Noite, imensa presença de meus genes,
Que o ar cortando as folhas esquecidas
Deixa as solidões mais frias e perenes
Numa extensão cruel da minha vida;

Noite, imortal manto de orvalhos e betumes,
Âmbar na casca de uma árvore eterna,
Mostre o caminho por entre os vagalumes
Pois bem me perde o passo a maior perna;

Nutro o silêncio, como as rãs no capinzal -
Carpindo estrelas ressentidas no arvoredo,
Ensaiando coaxos num pijama do varal;

Noite, cantiga de meus sonhos inda tortos,
Amo o mistério lupanar de teus segredos
Que passam dias, não sucumbem mortos.


(F.N.A)

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