O "Rabo da Porca" ficará nesse limiar absurdo que só as figurinhas de bastidores e o mais desanimado leitor podem perceber: o ensaísmo pragmático à imbecilidade. São sonetos políticos que refletem a vida num chiqueiro da Fazenda do Manguaço. O que passará, aos nossos olhos lassos e subrepticios, é a bandalheira de uma ação social que acontece entre porcos, mas que poderia ser refletida por nós, neste plano supra-racional. AH! TUDO AQUI É DO TEMPO DE ANTES DESSA IDIOTA REFORMA ORTOGRÁFICA
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
"Couro Legítimo"
...Conforme a patente e a aliança pode-se tudo: entrar de graça em boate, formar-se sem ter ido à faculdade, roubar algodão doce de criança e ainda ser chamado de bom menino...
"Couro Legítimo"
Os animais que morrem em matadouros
Exercem, mais que a carne que alimenta,
Um vasto cabedal que nos sustenta -
O colágeno, o estrume e o próprio couro.
E o couro é, do mais caro caro item, vário,
Pois mesmo o jacaré e a avestruz
Fornecem a pele dura que reluz
Em bota, cinto, bolsa e escapulário.
Eu tenho uma carteira em couro fino
Com espaço pra talão, cartão e grana
E, ao menos, faça dela um escrutínio.
Do preço que paguei, não valeu nada!
Se ao menos eu fosse filho de bacana
Podia dar, também, minha carteirada.
(F.N.A)
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