
"...Deixa, deixa, deixa eu dizer o que penso dessa vida. Preciso demais desabafar."
(CLÁUDIA, Deixa eu dizer)
“Brasília”
Dei um chute na mesa e salvei o gargalo –
Meu pescoço arrochado em um fiapo de pano.
Reparei que na cuca não deu nenhum dano.
Só uma música velha e um band-aid no calo.
Os Cristais fumam o Bosque na ronda noturna –
A cortina de sons é soprada num trago.
Solidão reprimida? Haja sexo pago...
A ossada do Azar enterrei numa urna.
Três, seis, doze projéteis: a tirada do dia.
De um zumbi me desperta o arraial de Brasília,
Que se assusta candanga. Ainda ontem – bóia fria.
Dei um chute na noite. Acordei, era vento.
Fui aos rastros do vício espantar a mobília
Destes prédios sem ar que sufocam o cimento.
(F.N.A)
Nenhum comentário:
Postar um comentário