...A um amigo querido que anda meio esquecido!
“Forte Apache”
Aos doze anos, sem ter dinheiro ao bolso,
Na mira de um presente, fui até meu pai,
Igual a um mamulengo velho quando cai
Ladeira abaixo alegre em carnaval insosso.
- Um forte apache, quero! E bem que poderias,
Meu pai, doar a um filho que te dá orgulho?
O velho, lobo arisco, fino igual um gorgulho:
- Tu tens casa e comida! Por que deveria?
Um instante de memória, um ensinamento:
Não pude ter na vida tudo que bem quis,
Porque a vida é mais que um sopro, é um vento.
E, hoje, quando esnobo coisas sem ter medo,
Recordo de meu pai, pois fui seu aprendiz,
E lembro que o orgulho é o pior brinquedo.
(F.N.A)
Nenhum comentário:
Postar um comentário