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“...A rádio atividade leva até você, mais um programa – dedique uma outorga a quem você ama!”
“...A rádio atividade leva até você, mais um programa – dedique uma outorga a quem você ama!”
“RadioAtividade”
Era um punhado de emissoras num rateio
Em ondas curtas, médias e fraternas –
Quando, no meio da jazida desse seio,
Um rato narigudo ergueu suas pernas.
Trincando dedos, infla o peito e suspira,
Já repassando a um comparsa das antigas –
“Ô nego véio, sabe aquelas raparigas
Da oposição, tão só os ossos e a pira!”
“Tem o patrão, dono de fato, esse consigo
Ludibriar e sugerir uma sociedade,
Numa emissora bem distante de seu umbigo
Que esse feudo notará bastante tarde.
Daí lançamos tua chapa de amigo
E implodiremos muitas urnas na cidade".
II
"Meu presidente, essa oferta é muito boa,
Logo eu, ingrato ex-amigo de ocasião,
Que já subi numa carreta na União
E achincalhei o teu patrão e a patroa,
Creio: a outorga poderá me ser um passo
Até à cadeira da Assembléia do Chiqueiro.
Eu, que divido com um Cumpadi do Manguaço,
Umas antenas, poderei ser o primeiro
Dos maus traíras que andaram noutro rio
E que, conforme tu me drenes dessa lama,
Eu poderei chamar o amigo de “meu tio”
E iremos juntos confortar a União –
Tu, nos papéis e na devassa da derrama;
Eu, deputado, irradiando a comissão".
(F.N.A)
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