O "Rabo da Porca" ficará nesse limiar absurdo que só as figurinhas de bastidores e o mais desanimado leitor podem perceber: o ensaísmo pragmático à imbecilidade. São sonetos políticos que refletem a vida num chiqueiro da Fazenda do Manguaço. O que passará, aos nossos olhos lassos e subrepticios, é a bandalheira de uma ação social que acontece entre porcos, mas que poderia ser refletida por nós, neste plano supra-racional. AH! TUDO AQUI É DO TEMPO DE ANTES DESSA IDIOTA REFORMA ORTOGRÁFICA
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
"Cabeça de Bagre"
...Conviver no lago das virtudes é também saber que do fundo dos leitos pode vir o ataque...
“Cabeça de Bagre”
Eu nunca conheci alguém mais liso
Que o gracioso bagre do cerrado –
Desliza à costa desse mar gelado,
Nadando, vaidosamente, indeciso.
Aplica a punição de dracon mais severa
A pobres, indefesos e a honestos,
Mas bem suprime seu rigor de fera
A quem o bajula ou se afeiçoa a restos.
Conforme à piracema estenda-se defeso
Ou quem lhe seja útil em jogo de interesse,
O bagre se anima e sai andando teso...
Promete a própria bunda como garantia.
Me tomo de cuidado com um bagre desses,
Que ataca e se esconde, enquanto dá "Bom Dia!"
(F.N.A)
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