segunda-feira, 18 de junho de 2012

"Túmulo"



"Mocidade infeliz, tuas mãos geladas
Arroxearam os dedos deste Inverno,
Onde a Alma estendi a tanto Inferno
E, de praxe, colhi ramos de Nada"





"Túmulo"


Luz que me maltrata, tanta claridade;
Tanta luz tão nua, amargo plenilúnio;
Tanto alvorecer no arraial, em junho...
Oh, fogueira morta!! Velha mocidade!!

Perdi a feição fingida deste cerebelo
E o meu olhar comum enegreceu ao tanto
Que me assustei perdido ao próprio espanto
O Algum clamor frugal: meu pesadelo.

Não avancei! Parei. Cisma do Atraso,
O limo e o ranço em meu olhar fecundo
Sujastes as fibras de meus olhos rasos.

Não fui ao vento - as ramas esquecidas -
Dormir o sopro a se perder no mundo
Das confissões que sepultei na vida.


(F.N.A)

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