sexta-feira, 3 de outubro de 2008

“Escorrega-Lagartixa”


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Tão pobre em Niemeyer, o bom chiqueiro, distante dessas linhas todas curvas, ostenta uma estratégia de araruta: mingau em obra cheia de dinheiro.

Tapando o boteco do Aprígio, coluna vergastada de cimento; o João que vende caldo é um jumento, pois acha que o monturo está em litígio.

Um pega, noves fora, vão mil sacas... todinhas de cimento além do preço, com resto de farinha e urucubacas.

Enfim, virou a estrutura um elefante, daqueles recheados de adereço que mal sustenta um livro na estante.




“Escorrega-Lagartixa!!”



Raspando a lagartixa a bunda mole
Na talha de concreto com ferrugem,
Desliza – ensofismada e com rabugem -
Sabendo a natureza do “raviolli”.

- A massa que assentaram, inda era crua,
Nas ondas e colunas destes pórticos,
Na hora que estalaram o nervo óptico
De olho na bufunfa ao meio da rua!

De cima do estandarte, pus-me olhando –
Prefeita, secretário e mestre de obras
A raspa do contrato viam sobrando.

E cada um tascava um pedacinho
Da grana que o arquiteto, uma cobra,
Cuspia além do velho palacinho.



(F.N.A)

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