terça-feira, 18 de agosto de 2009

"O Cão por Testemunha"


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...Rege-se a lei mediante a competência de quem a aplica. Então, como instância máxima, habilitada a punir, não lhe caberia competência na aplicabilidade da Lei?

...Me enoja a mentira calcada no vício de não se reconhecer que se está errado. Mas, ao olhar do psicopata, quem o convenceria de que as mortes que causa são erradas?

...Se eles julgam haver incompetência da lei sobre o que lhes pune, então eu julgo haver prazo demais a incompetentes, facilidades demais a ignorantes, leis demais a livrar bandidos de colarinho branco, vida mansa em demasia a quem não conjuga outros verbos que não sejam ROUBAR, MENTIR, PREVARICAR.


“O Cão por Testemunha”


Os ínferos caindo, o céu se levantando
Na prisca do universo ao dedo cheio
De Deus, movem-se ares em seu meio
Gnósico nos espaços, longe, gravitando.

É a construção arregimental do Aéon:
Estrelas implodindo, comendo-se Planetas,
Em si, sóis expandindo à órbita dos cometas
Dançando à estrutura angular do Pathernon.

No canto em que recolhe-se, um anjo espreita tudo -
Inveja, odeia, desdenha, pragueja, vocifera.
Reclama a si a obra do arranjo ao submundo.

“A incompetência do Senhor estraga o mundo!”
E o Pai, enaltecendo a graça sobre a esfera:
“Nem terra se assenta num poço sem fundo!”


II


No plano da Justiça desses Homens, onde
A lógica divina dispersa-se e apavora,
O entendimento leigo é um olhar por fora
Da coisa que não é e nem sequer se esconde.

O nosso entendimento é menos força rasa
E, dele, sei, regemos as leis desse compêndio,
Que se avilta álcool às chamas de um incêndio:
Se se adormece o fogo, reaviva a brasa.

Por isso é que o Cão, inveja e se escora
Na lei da Humanidade e não na Lei de Deus,
Quando o rastro da inveja lhe incomoda e apavora,

Como homens que buscam na mentira, um olhar
Que desdenha de juízos que não sejam seus
E só fitam a luz que lhes convêm enxergar.


(F.N.A)

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