quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

"Curtume"


...Peças na máquina de moer, couros curtidos ao sabor do vento...

...Assim são os jornalistas – agradando ou não, serão peças raras estampando paredes de salas...



“Curtume”

Pensando em Jean Paul Sartre, eu vejo agora
Que a cura pra esse meu existencialismo
Reside na ceroula do niilismo
Que Nietzsche usava quando ia à forra.

Magentas tardes passo matizando
A angústia cotidiana do vizinho,
Que bale igual uma ovelha soluçando
Se morde, num arbusto, o rol de espinho.

O ócio estende a mente – é droga rara
Que o mapa pineal alegre estica
Na pele do animal: uma roupa cara.

Eu uso esse vison que está no cesto,
Mas não igual vai-e-vem couro de pica...
Prefiro ser patrão a usar cabresto!

(F.N.A)

Nenhum comentário: