sábado, 5 de junho de 2010

"Ave Senzala!"


...A fazenda é assim: Sinhô desce taca no lombo, enquanto (quem apanha) grita "OBA!!"



“Ave Senzala!!”


Um ancião, senhor de velhas terras,
Comendador da Ordem do Mastruz,
Servia carne escrava aos urubus,
Tamanha era a sua lavra de pantera.

Sangrava seus escravos na tapera
Com a graciosa arte de Zé Ramos:
Cortando-lhes no açougue de seus planos –
Barão conquistador de toda a esfera.

Um dia, na moenda, em sua fazenda,
Pego um escravo que roubara a venda,
O coronel lhe armou, no tronco, o pelourinho.

Como senhor temido àquelas redondezas,
Disse o escravo no açoite, em gentileza:
“Bata com gosto, pois eu mereço, Paizinho!”


(F.N.A)

Um comentário:

Anônimo disse...

Esse poema,me faz lembrar de minha sogra e de minha cunhada, que quando sofre a ma sorte desta vida tem a coragem de rezar 10 ave Maria e 1 Pai nosso e Salve Rainha e creio em deus Pai,e eu revoltada tento dizer que quero ser feliz aqui e agora e elas como esse poema diz que tem de carregar a cruz!
Meu Deus do céu como seus poemas,poesias sei lá eu não sei identificar sei que tem haver com rimas, mas eu não sei contar ,eu detesto numeros, mas é lindo demais!Vou copiar e dar a elas com imagem e tudo quem sabe os olhos abrem e conseguiam ver que só existe essa vida aqui e agora.