sábado, 5 de junho de 2010

"Desconhecido"






...Nem os morcegos de Rorschach me espantam mais!





“Desconhecido”


Eu sou a própria dúvida, um equívoco,
O viço da incerteza em ser mais alma.
Talvez eu não tivesse, hoje, essa calma,
Se eu descobrisse em mim como sou louco.

Um canibal que se resume, um pouco,
Na própria fome e a herança de estrangeiros –
Em temperar quem irei comer primeiro,
Amaciando a carne dando soco.

Desconfiado com minha carcaça,
Tomo a dar voltas, quando vou pra casa,
Vendo tocaias ao redor da praça.

Nada me fio – Deus, haxixe, algum amigo...
Somente a fera, em Rorschach, abre a asa
Na psicose que me acolhe em seu abrigo.


(F.N.A)

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