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...a liturgia do cargo obriga uma fézinha antes do voto!
“A Loteria Secreta”
I
Eu penso nas pedrinhas do Abi-Ackel
No cheiro de esquema quando surge –
Maleta parda, negra ou mesmo rouge
Maior que o Neverland de Seu Michael;
Mas desses quem mais lembro é o João,
Um suspeito ganhador de loteria,
Que se armou na cleptomania
E era, da quadrilha, o mais anão.
De todos os sortudos sem Congresso,
Nem Oswald de Souza arriscaria
Aqueles que aqui terão progresso
Conforme o cochichar do Deputado
E da banda que vier a nota fria,
O prêmio não ficará acumulado.
II
O eixo é vinte e quatro noves fora
No reino da abscissa descendente,
Na curva da parábola indecente –
A geratriz que surge me apavora:
Coiote devorado por abutres!
Assim na inversão dessa cadeia
Do alimento puro, além da ceia,
Os votos servirão entre chucrutes.
E não haverá sorteio em caminhão
Na boca das cidades do interior
Que cuspa as bolas da premiação –
Sem arranjo Fibonacci no rateio,
Já supra-inflacionando o comprador
Do cargo, ficarão com bolsos cheios.
(F.N.A)
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